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Compulsão à Repetição. Pedro Martins Psicoterapeuta - Psicoterapia

Compulsão à Repetição

A compulsão a repetir não é propriamente um “automatismo” (isto é, forma de repetição condicionada pelo hábito), mas a busca de uma satisfação que ficou em suspenso, representando a persistência de um desejo não realizado.

Ao nível da psicopatologia concreta, [a compulsão à repetição é um] processo incoercível e de origem inconsciente.

No qual o indivíduo se coloca activamente em situações penosas, repetindo assim experiências antigas sem se recordar do protótipo e tendo pelo contrário a impressão muito viva de que se trata de algo de plenamente motivado na actualidade.

É de toda a evidência que a psicanálise viu-se confrontada desde a origem com fenómenos de repetição.

Se encararmos nomeadamente os sintomas, por um lado alguns deles são manifestamente repetitivos (rituais obsessivos, por exemplo), e, por outro, o que define o sintoma em psicanálise é precisamente o facto de reproduzir, de maneira mais ou menos disfarçada, certos elementos de um conflito passado.

De um modo geral, o recalcado procurar “retornar” ao presente, sobre a forma de sonhos, de sintomas, do agir: “o que permaneceu incompreendido retorna; como uma alma penada, não tem repouso até encontrar resolução e libertação”

A compulsão à repetição é a busca de uma satisfação que ficou em suspenso.

Trata-se de uma reacção em face da não-aceitação do insucesso.

Sendo tanto mais fácil de organizar-se como fenómeno “compulsivo” (que se impõe no agir) – e por vezes obsessivo (que se impõe no pensar) e “o de repetição” – quanto menor for a tolerância à frustração ou, o que vem dar ao mesmo, maior a dependência do objecto e a necessidade de materializar o fantasma.

A “compulsão a repetir” é, assim, a sequência do que chamamos o vazio traumático:

– a necessidade imperiosa e reiterada de preencher uma lacuna na execução do plano (do fantasma de antecipação do prazer); lacuna que foi sentida como traumatismo.

A compulsão a repetir está ligada à não-aceitação da realidade frustrante, da inevitabilidade da perda; logo uma incapacidade de fazer o trabalho de luto.

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