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Borderline - Entre a Dependência e a simbiose. Pedro Martins Psicoterapeuta Psicólogo Clínico

Borderline – Entre a Dependência e a Simbiose

A síndrome Borderline, em qualquer idade que se apresente – infância, adolescência ou adultícia -, traduz um conflito intrapsíquico não resolvido.

Esse conflito está relacionado com a separação, isto é, a dolorosa fixação do paciente num estado de certa dependência/simbiose da figura materna.

Com efeito, observou-se que as perturbações na fase do desenvolvimento afectivo-relacional – na subfase de reaproximação do processo de separação-individuação – são das mais influentes na génese da perturbação borderline.

A simbiose está em franco declínio, quase extinção, sendo assim um período sensível (crítico) à desafinação, delonga ou precipitação, omissão ou paradoxalidade das respostas de amparo, auxilio, atenção e reabastecimento narcísico.

Uma resposta desadequada ou estimulação inoportuna repetidas – mesmo que de pouca monta – instalam a falta de confiança nos outros e no próprio, e a instabilidade narcísea.

A relação patogénea (micro traumatismos acumulados), que destrói insensivelmente (água mole em pedra dura tanto bate até que fura”), é a causa mais frequente e em regra a mais grave que os grandes traumatismos isolados – porque menos reconhecível e por isso menos combatida ou evitada.

Os pais gratificam a simbiose/dependência e atacam os desejos, impulsos e comportamentos autónomos da criança.

Simbiose ou dependência, dissemos. Porquanto, algumas vezes é de verdadeira simbiose que se trata.

O outro elemento da díade (mãe/pai), fortemente unida, é também um simbionte em ligação simbiótica e simbiotizante com o filho.

Noutros casos, é uma dependência parasitária ou simplesmente passiva de uma pessoa que reduz a ansiedade.

De facto, a frequência com que encontramos, nestes doentes, uma mãe (pai ou ambos) com características simbiônticas – desejando, e vivendo predominantemente em simbiose – é enorme.

Isto leva-nos a considerar a importância etiológica na personalidade borderline do objecto maternante.

Assim, a simbiose da qual o paciente tem dificuldade em sair – ou na qual reentra por regressão – não é só produto de um período simbiótico infantil insuficiente ou insuficientemente vivido – por carência sistemática, abandono drásticos ou frequentes -, mas também da traça simbiôntica dos pais, que impede o desprendimento evolutivo e favorece o laço simbiótico.

São mães/pais que gratificam a simbiose/dependência e atacam os desejos, impulsos e comportamentos autónomos e autonomizantes da criança.

Toda a sua conduta de exploração e autonomia é sistematicamente reprovada e reprimida, ao mesmo tempo que é estimulado, valorizado e premiado o comportamento de aproximação e apego.

Logo, o percurso evolutivo é travado e distorcido por um predomínio do sistema de apego sobre o sistema de exploração.

É, vemo-lo, uma verdadeira colonização dos filhos; uma fábrica de gente casta, obediente, humilde e pobre. Mas que se revolta.

Submisso e rebelde, eis a dupla face do borderline.

À excessiva (em extensão e/ou intensidade) simbiose com a mãe, soma-se a carência paterna – por ausência ou indisponibilidade afectiva. O que, como é óbvio, não facilita a separação; pelo contrário, reforça a simbiose.

Bibliografia: “O Desespero” – A. Coimbra de Matos

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