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Depressão – Sentimento de Culpa e Inferioridade

No que diz respeito à depressão é importante olharmos a natureza e a qualidade da perda que origina o fenómeno depressivo lato sensu:

1 – Natureza da Perda: o doente depressivo não perdeu uma pessoa significativa (por morte ou retirada), mas o afecto de pessoas significativas, ou seja, a perda do amor de pessoas e não a perda de pessoas.

2 – Qualidade da Perda: Na depressão* o afecto que o indivíduo perdeu, foi o amor: o amor dedicado, generoso e oblativo.

Na depressão anaclítica ou borderline perdeu-se a protecção e assistência do cuidador.

Na depressão* pode permanecer a função de cuidar, mas falta o amor, o desejo de estar/conviver com o outro. (* designada depressão verdadeira)

A Depressão estrutura-se através da inferioridade e da culpa

A culpa resulta de duas origens convergentes:

1 – Idealização do “outro” – com a respectiva tendência a desculpabilizá-lo.

2 – Indução da culpa pelo “outro” – o qual, ao mesmo tempo se idealiza e se faz idealizar.

O sujeito projecta (coloca no outro) a sua bondade e introjecta (recebe do outro) a maldade.

Neste caso verifica-se um processo de inversão da experiência vivida no qual é influenciado pelo outro.

É este processo de despojamento da sua bondade e assimilação da maldade que conduz ao erro de avaliação da realidade pelo depressivo:

– “Eu sou mau, ele é bom”.

Há um erro lógico (cognitivo) de apreciação da realidade – erro em que é induzido pelo “outro”, o qual projecta a sua culpa no sujeito e absorve a bondade deste.

A relação depressígena (causadora de depressão) consiste precisamente nisto: culpar e idealizar-se a si mesmo.

A depressão pode ser vista como a relação que se estabelece com a pessoa depressígena:

– Que não desculpa mas culpa, que não ama mas capta o amor do outro; Trata-se de uma pessoa culpabilizante e desamante.

Por isso a culpa depressiva é uma culpa patológica e ilógica (erro lógico).

É este erro que o terapeuta tem que corrigir: fazer com que o paciente recupere o investimento perdido na idealização do “outro” e re-direccionar a culpa para o verdadeiro responsável; isto é, processar uma inversão do processo patológico.

O mesmo se passa para a inferioridade. A pessoa depressígena é aquela que inferioriza o outro e engrandecendo-se a si próprio. No grau máximo, é alguém que humilha.

Não há depressão sem culpa e sobretudo sem inferioridade, porque a retirada do amor – a causa prínceps da depressão – é só por si desnarcisante.

Por isso um dos sintomas da depressão é a baixa auto-estima.

Bibliografia: Matos, A. C. (2001). A Depressão. Lisboa: Climepsi Editores

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