Sempre que o sofrimento psíquico não é suficientemente expresso a nível afectivo e ideativo – por emoções e pensamentos -, comunicado em palavras e gestos e descarregado em actos, a saúde física periga e o caminho para a doença psicossomática está aberto.
Esse sofrimento psíquico pode ser o mais diverso: a dor, o medo, a vergonha, a culpa ou o ressentimento.
São porém, a ansiedade, a depressão e o ressentimento os afectos que mais desgaste provocam no organismo.
A ansiedade persistente e flutuante e os ataques de pânico são sobejamente conhecidos como perturbadores do normal funcionamento orgânico.
O medo desencadeia agressividade e o próprio medo bloqueia a sua expressão comportamental, e assim forma-se um foco irritativo intramuros, um sistema implosivo.
As séries de pequenas implosões que se verificam de forma quase ininterrupta podem explicar algumas lesões de natureza psicossomática.
O afecto desligado da representação da experiência vivida, difunde-se pelo psíquico e pelo somático – colorindo o humor e perturbando o funcionamento do organismo – ou acumula-se me bolsas de contenção, que drenam para o exterior (em explosões emocionais e através do comportamento) ou para o interior, sobre o soma e causando a disfunção/lesão orgânica.